top of page

Homossexualidade é motivo de exclusão no Colégio Militar


O Colégio Militar em Portugal é muitas vezes alvo de controvérsia pela reputação que o acompanha. Por um lado, são considerados locais onde as crianças e adolescentes não têm acesso a um desenvolvimento natural, por outro, são considerados locais onde a disciplina imposta é necessária ao desenvolvimento de cada um.




No início deste mês a discussão centrou-se numa das questões tabu dentro do Colégio – a homossexualidade.


Em entrevista com o jornal online Observador, o subdiretor do Colégio Militar admite que os alunos homossexuais acabam por perder espaço de convivência e serem excluídos. “Nas situações de afetos [homossexuais], obviamente não podemos fazer transferência de escola. Falamos com o encarregado de educação para que percebam que o filho acabou de perder espaço de convivência interna e a partir daí vai ter grandes dificuldades de relacionamento com os pares. Porque é o que se verifica. São excluídos”. Um dos alunos, quando entrevistado, admite também que a “homossexualidade [dentro do Colégio Militar] não é aceitável”.



As declarações dadas por parte do subdiretor desencadearam uma onda de indignação nas redes sociais e levaram o Ministro da Defesa, Azeredo Lopes, a exigir explicações ao Estado-Maior e a questionar sobre as medidas que este tomaria para garantir o direito à não discriminação. "O Ministério da Defesa Nacional considera absolutamente inaceitável qualquer situação de discriminação, seja por questões de orientação sexual ou quaisquer outras, conforme determinam a Constituição e a Lei", declarou o ministério numa comunicação escrita ao jornal Diário de Notícias.


O Ministério da Defesa não foi o único a manifestar-se. O Bloco de Esquerda também pediu esclarecimentos, fazendo um requerimento à subcomissão da Igualdade e Não Discriminação do Parlamento, para uma audição da direção do Colégio Militar no Parlamento. O partido liderado por Catarina Martins afirma que se depreende, das declarações do subdiretor, que a homossexualidade é um fator de exclusão e “que dificulta o relacionamento e convivência interna de quem como tal se assuma, não se descortinando das palavras da direção do Colégio qualquer tipo de ação, pedagógica ou de outra natureza, que contrarie aquele preconceito; pelo contrário, das suas declarações resulta uma posição que relativiza e, de certa maneira, naturaliza a exclusão daqueles que assumam ou possam vir a assumir a sua homossexualidade, como se de uma inevitabilidade se tratasse."


Após a manifestação destas afirmações, Carlos Jerónimo, Chefe do Estado-Maior do Exército, pede a sua demissão do cargo que ocupava há apenas dois anos. O general invocou razões de cariz pessoal para esta sua decisão, contudo o presidente da Associação Nacional de Sargentos considera que esta situação foi apenas a “gota de água” para esta demissão.






bottom of page